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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Conheça os vários tipos de conexão

Já ouviu falar de EDGE? E WiMax? Wi-Fi, AdHoc, xDSL? Conheça os vários tipos de conexão e relembre os caminhos pelos quais a internet de alta velocidade teve de passar até chegar ao que é hoje!

A internet evoluiu muito na última década. O que era apenas uma utopia em filmes de ficção científica, hoje está cada vez mais presente em nossas vidas. Se você é internauta de longa data, deve ter acompanhado todas as transformações do mundo digital e visto aquela conexão lenta e chiada virar algo rápido e móvel.

Foram tantas mudanças e em tão pouco tempo que fica difícil explicar qual veio antes ou a diferença entre uma e outra. Isso sem falar daquelas que você nunca ouviu falar.

Para facilitar sua vida ou até refrescar sua memória, o Blog do Igor preparou um especial sobre os diferentes tipos de conexão. Será que você conhece todas?

O  bom e velho caboVale lembrar que as explicações aqui apresentadas são apenas uma visão geral do assunto e não possuem grande aprofundamento em quesitos mais técnicos. Para mais informações sobre cada tecnologia, basta conferir os artigos sugeridos em cada tópico.

No princípio era o fio

A internet deu seus primeiros passos a partir de cabos e fios. Apesar de soar como algo bastante antiquado, esses tipos de conexões ainda são amplamente utilizados, principalmente devido à alta velocidade obtida por alguns.

Dial Modem

A famosa internet discada foi praticamente o pontapé inicial da rede no Brasil. Apesar de ainda ser utilizada, não é mais tão popular quanto foi no início dos anos 2000.

O motivo? A baixa velocidade. A conexão Dial Modem alcançava, no máximo, míseros 56,6 kbps. Sem contar o irritante som que emitia enquanto conectava e o fato de cair sempre que alguém tirava o telefone do gancho.

Além disso, como a conexão era feita a partir de uma ligação telefônica para a operadora, o computador precisava ficar próximo a alguma tomada ou ao alcance do fio. Como a grande maioria dos cabos tinha apenas 1,5m, a distância era bastante limitada. Porém nada impedia de comprar uma extensão maior e alcançar incríveis 5 metros da tomada!

xDSL

Acessar a internet até cinco vezes mais rápido do que a conexão discada e conseguir falar ao telefone ao mesmo tempo. Por esse simples motivo, a banda larga foi vista como a grande revolução tecnológica para muitos internautas. E foram as conexões da família xDSL (Digital Subscriber Line, ou linha de assinante digital) as primeiras a se popularizarem nesse sentido.

Modem ADSL, seu companheiro de aventuras!

Este tipo de conexão ainda utilizava uma linha telefônica para acessar a internet, mas conectada a um modem externo específico, o que acabava com a necessidade fazer ligações para a operadora. Você simplesmente pagava uma mensalidade para a empresa, que liberava o sinal em sua residência.

A velocidade, em comparação com a internet discada, era o paraíso: 128 kbps, no mínimo. Mas a xDLS era capaz de alcançar inimagináveis (ao menos para a época) 24 Mbps.

Cabo

Você já deve ter ouvido falar de TV a cabo, certo? Algumas empresas decidiram aliar a ela o acesso à internet. Com isso, uma linha telefônica não era mais pré-requisito para se conectar, o que deu mais liberdade ao usuário.

Outra grande vantagem deste tipo de conexão é a velocidade, que varia entre 70 kbps e 150 Mbps. Além disso, a internet a cabo facilitou a criação de redes de computadores, dividindo a conexão com múltiplas máquinas, sem contar a distribuição sem fio através de roteadores wireless.

Conectado com o mundo. E sem conta telefônica.

O problema é que a internet a cabo necessita de um modem especial para receber o sinal via cabeamento de televisão. O aparelho é fornecido pela própria empresa, mas se você está migrando de uma ADSL, por exemplo, vai ficar com um modem sem utilização, devido à incompatibilidade.

Fora da tomada: a era da portabilidade

Com a correria do dia a dia, ficar preso a um desktop para acessar a internet é algo fora de questão. Os notebooks trouxeram mais mobilidade e abriram as portas para as conexões que dispensam a utilização de fios e cabos. A internet wireless mostrou que a internet está em qualquer lugar.

Wi-Fi

Sinal sem fio!A mais popular das conexões wireless é basicamente uma versão sem fio da banda larga comum, distribuída através de um roteador especial. É por isso que são designadas como redes, já que necessitam de uma conexão com fios para criar o ponto de acesso. O sinal de internet é enviado a frequências que variam entre 2,4 GHz e 5 GHz e podem alcançar até 54Mbps no raio de alguns metros.

O mais interessante é que esse tipo de conexão, antes exclusiva dos laptops, tornou-se tão popular que vários outros equipamentos passaram a adotá-la. É o caso de celulares, smartphones e até mesmo alguns computadores domésticos, que adicionaram um adaptador wireless para captar o sinal.

Redes ad-hoc

Se a rede Wi-Fi necessita de um ponto de acesso para realizar a distribuição de sinal, as ad-hoc fazem com que cada computador transforme-se em uma espécie de roteador.

Em outras palavras, é como se os PCs se comunicassem entre si sem a necessidade que um dispositivo faça a mediação. Isso torna mais flexível a troca de informação.

Computadores que se comunicam

Outro ponto interessante deste tipo de conexão é que ela não é exclusiva para computadores. Você pode conectar desde sua impressora até criar uma rede de video games para jogos online. Um exemplo prático são alguns games de PSP que utilizam o Playstation 3 para ativar um modo para múltiplos jogadores.

Rádio

Você já deve ter ouvido a expressão “nas ondas do rádio”. Tudo bem que o contexto era outro, mas ela pode ser aplicada à internet sem nenhum problema, já que é possível conectar-se à rede através de sinais emitidos por antenas de rádio.

A grande vantagem desta conexão é dispensar o uso de qualquer fio ou cabo e até mesmo modems. O sinal é enviado por uma antena e recebido por uma torre de transmissão, que é posicionada em um local estratégico, geralmente no alto de prédios ou lugares que não ofereçam barreiras para a onda.

Além disso, a conexão via rádio é bastante útil devido ao seu longo alcance, o que favorece quem mora em cidades onde o sinal telefônico ou via cabo não alcança. O único problema é que, para obter o máximo da conexão, o sinal deve chegar à torre sem encontrar nenhum tipo de barreira, e até mesmo chuvas podem desestabilizá-la.

Satélite

Conexão via satéliteA conexão via satélite funciona de maneira semelhante à rádio, mas com a diferença de poder ser acessada de qualquer lugar do planeta. Por conta disso, é um dos métodos mais caros para acessar a internet. Para conectar é necessário ter dois modems (um para envio de dados e outro para recebimento) e uma antena específica para este tipo de sinal.

Como a distância entre o satélite e o receptor é enorme (afinal estamos de falando de equipamentos que orbitam pelo nosso planeta), o tempo de resposta e envio de dados é muito alto e sujeito a múltiplas interferências. Para contornar isso, a troca de informações é feita em grandes “pacotes”, mas com um grande intervalo entre um e outro. A velocidade fica entre 200 e 600 kbps.

Conheça um pouco mais sobre a conexão via satélite neste artigo.

WiMax

A WiMax é, resumidamente, uma versão mais poderosa e potente da já conhecida rede Wi-Fi, tanto em velocidade quanto em cobertura. Portanto esqueça o raio de alguns metros de sinal. Esta conexão é capaz de cobrir uma cidade inteira e com uma taxa de transferência de dados surpreendente.

Porém, assim como a internet a rádio e via satélite, a WiMax também sofre com interferência, principalmente de ondas de alta frequência, e até uma chuva diminuiria a força de ação do sinal.

Ainda assim, a conexão é uma boa alternativa para quem mora em locais em que não existe disponibilidade de sinal banda larga, como zonas rurais ou cidades mais afastadas, e ainda atinge um pico de 72 Mbps.

A moda da internet de bolso

Os usuários de telefones celulares sempre desejaram conectar-se à internet através de seus aparelhos móveis. Desde a época em que smartphone era um telefone que sabia fazer contas e Wi-Fi um sonho distante, diversas alternativas foram criadas e hoje em dia pode-se conferir emails ou saber das novidades online em qualquer lugar.

Celular conectado

WAP

A primeira grande tentativa de integrar os aparelhos celulares à internet. A conexão WAP era uma espécie de adaptação da web, já que só podia acessar páginas feitas especialmente para este tipo de conexão. Em outras palavras, nada de Blogdoigor.blogspot.com

Como o número de páginas WAP era incrivelmente menor do que as encontradas na internet tradicional e a velocidade muito baixa, este tipo de conexão não agradou tanto aos usuários.Integração celular e internet

Sem contar que com o crescimento do número de celulares pré-pagos, poucos ousavam gastar seus créditos na tentativa de visualizar uma página que deixava a desejar.

EDGE

Se a conexão WAP é a versão da internet discada para celulares, a EDGE pode ser comparada à xDSL, guardadas as devidas proporções. Com uma taxa de transmissão de dados de até 384 kbps, este tipo de tecnologia já permitia que páginas da web fossem acessadas.

3G

Modem 3G para computadores

A queridinha dos usuários de celular. Funciona de maneira semelhante à conexão a rádio e os sinais são enviados praticamente pelas mesmas torres que enviam o sinal de telefonia para o aparelho, o que significa um amplo raio de alcance. Além disso, a conexão pode chegar a 7 Mbps.

Presente em praticamente todos os celulares atuais, a internet 3G tornou-se tão popular que recebeu até adaptação para computadores. Pequenos modems exclusivos foram desenvolvidos para que você possa conectar-se à internet em seu notebook através deste tipo de conexão quando não existirem redes Wi-Fi.

LTE

Considerada por muitos a evolução do 3G, a conexão LTE alcança velocidades inimagináveis em comparação com a tecnologia atual. Para se ter uma ideia, ela alcança um pico de 170 Mbps! Essa velocidade supera o 3G em mais de dez vezes e é o dobro do máximo atingido pela WiMax, sua principal concorrente.

Super sinal para celulares

Para os apressadinhos de plantão, é bom saber que a LTE ainda não é comercializada. Por mais que a tecnologia já exista, não há previsão de lançamento de aparelhos equipados.

O que se sabe é que, assim como aconteceu com a conexão 3G, outros aparelhos, como notebooks e desktops, poderão aproveitar da supervelocidade da LTE, já que pequenos modems serão vendidos.

BluetoothBluetooth velho de guerra

Ok, Bluetooth não é um método de conexão à internet, mas merece a menção honrosa, já que facilitou, e muito, a vida de todos nós. Quem nunca transferiu uma música ou foto de um celular para outro através dele que atire a primeira pedra.

O “Dente Azul” (em uma tradução literal) permite a transmissão de dados e arquivos entre aparelhos através de sinais de rádio de ondas curtas. O raio de alcance varia de acordo com a frequência utilizada, e pode ser desde 1 metro (potência de 1 mW) até 100m (100 mW).

Além de celulares, diversos outros equipamentos já são equipados com esta tecnologia. Controles de video game, como o PS3 e Wii não necessitam mais de fios para fazerem uso desta conexão. Computadores já fazem integração com Bluetooth e possuem até mesmo aplicativos que trabalham com a tecnologia.

Em busca da velocidade perfeita

Essa foi uma visão bastante simplificada e ampla dos diversos tipos de conexão existentes, seja das que já passaram, das que nos acompanham hoje e das que ainda estão por vir.

O mais importante é que todas elas possuem um mesmo objetivo: oferecer-nos uma internet mais rápida e prática do que a anterior. Então vamos aproveitar e aguardar novidades ainda mais velozes.

Mais megapixels significa maior qualidade de imagem?

Câmeras de 10, 12, 13 MP? Qual delas é melhor? O Blog do Igor vai desvendar o mito do megapixel, por que às vezes mais pode significar menos.

Escolher qual será sua nova câmera digital pode parecer uma tarefa muito simples. Quanto mais megapixels ela oferece, melhor é a câmera, certo? Errado. Esse é o famoso “mito do megapixel”, que vem sendo discutido e desmontado cada vez mais.

O Blog do Igor traz a discussão para os usuários, mostrando sua relevância até mesmo para os fotógrafos amadores, e dá dicas sobre como você pode economizar na escolha da sua nova câmera, sem perder em qualidade.

Pixels, megapixels e resolução
Antes de entender qual é a importância da quantidade de pixels para uma imagem, precisamos entender o que são eles. Ao ampliar uma imagem no computador, observamos que ela é formada por milhares de quadrados. Esses pequenos quadrados somados resultam em uma imagem digital nítida, como você observa no exemplo abaixo: iStock

Cada megapixel possui uma resolução, que é a quantidade de quadrados que temos na imagem – horizontal x vertical – e é através dela que podemos saber em quantos megapixels a foto foi tirada. Por exemplo, se uma foto tem resolução de 1772 x 1181 pixels, isso significa que ela foi tirada em 2.1 megapixels.

E por que mais megapixels não significa maior qualidade de imagem?
A realidade é que a resolução de uma imagem não está diretamente ligada à sua qualidade. A imagem de uma câmera digital é feita através de um sensor, que faz a captação de luz do objeto fotografado e vai transformar essa informação em pixels, gerando a imagem digital.

Câmeras profissionais ou semiprofissionais têm sensores melhores e mais complexos (até porque têm maior espaço físico para abrigar os sensores), e por isso produzem imagens melhores, mais nítidas e com cores mais vibrantes.

Por outro lado, câmeras compactas e de celulares têm sensores de qualidade inferior. Quanto mais megapixels o sensor é forçado a captar, mais calor ele produz, o que acaba gerando ruído na foto.

Por mais que a resolução seja maior, com maior número de pixels, a qualidade da imagem é prejudicada, o que os fotógrafos chamam de “granulação”. Isso acontece pois o sensor não tem capacidade suficiente para captar tantos pixels com a mesma qualidade.

Abaixo temos um exemplo de como o megapixel não indica qualidade de imagem. Todas as fotos foram feitas em 5 megapixels. A primeira foi tirada com uma câmera semiprofissional, a Sony H50. A segunda, com uma câmera compacta, também da Sony, a W120. E a terceira foto foi tirada com a câmera do aparelho celular DEXT, da Motorola:

Sony DSC-H50

Sony DSC-W120

Motorola DEXT

As imagens têm o mesmo tamanho, aqui reduzidas para visualização completa, mas recortamos uma parte igual de cada e colocamos ao lado da foto. Nesta parte elas estão com 100% do tamanho original, e é clara a diferença de qualidade, principalmente em questão de cor e definição.

Ainda que todas as imagens tenham a mesma resolução, a diferença de qualidade entre elas é óbvia por conta da diferença entre sensores e lentes. Além disso, outras características como capacidade de definição de cor, tonalidade e contraste devem ser levadas em consideração.

Essas características são muito mais importantes do que a quantidade de megapixels que sua câmera oferece. A prova é que há muitas câmeras profissionais no mercado que não passam de 10 megapixels.

Quando o megapixel faz a diferença
A grande questão é que a quantidade de pixels de uma imagem não tem influência sobre a qualidade da imagem, mas sim sobre a ampliação que será possível realizar com ela. Ao fotografar em qualidade VGA (640 x 480 pixels) você tem a mesma qualidade visual de uma fotografia tirada com 3MP (2592 x 1944), se reduzidas ao mesmo tamanho. Observe as imagens abaixo:

Comparação.

Só é possível notar a diferença entre as imagens caso você amplie uma determinada parte. No exemplo abaixo podemos ver que só a partir da ampliação notamos que a primeira imagem foi tirada em maior resolução do que a segunda:

Comparação.

Mesmo assim, as câmeras digitais compactas e as câmeras disponíveis em aparelhos de celular têm captação de imagem bem menos poderosa do que uma DSLR, que é uma câmera digital profissional.

Outro fator importante é saber que uma ampliação de foto simples - 15x10 cm - precisa de apenas um megapixel para ser impressa com qualidade. Ou seja, a não ser que você trabalhe profissionalmente com fotografias, não precisará de milhares de megapixels para produzir e imprimir boas imagens.

O marketing em cima dos números
As empresas fabricantes de câmeras digitais vendem seus produtos passando para o consumidor a ilusão de que quanto maior o número de megapixels, maior a qualidade do aparelho e isso justifica, assim, um preço maior. Isso acaba gerando um padrão de que maior número em tecnologia significa um produto mais eficiente, o que nem sempre é verdade.

Além disso, não se deve diferenciar as câmeras digitais pela quantidade de megapixel, uma vez que um megapixel a mais ou a menos tem um resultado final insignificante. Para realmente fazer a diferença, é necessário ter uma diferença de no mínimo 4 MP entre uma câmera e outra.

Enquanto aparelhos profissionais têm capacidade de sensor, lentes e captação de cores cada vez melhor, a fabricação de câmeras compactas está preocupada em melhorar a maquiagem digital da foto.

O arquivo original de uma fotografia digital é reconhecido pela extensão RAW. No entanto, as câmeras têm dispositivos que auxiliam na melhoria da imagem antes mesmo de você colocá-la no computador, gerando o conhecido formato JPEG.

E afinal, que câmera comprar?
Ao buscar uma nova câmera, tire a quantidade de megapixels que ela suporta do primeiro item da sua lista. Analise antes a qualidade do sensor de captação de imagem, a nitidez e definição de cores da foto que ela produz, a variação do ISO, a lente que ela possui e sua distância focal – bem importante para quem gosta de fotografar objetos pequenos e detalhes.

E mais do que isso: pesquise bastante. Busque resenhas na internet, opiniões de compradores e junte o máximo de informação que puder. Lembre-se de que quem faz a foto é você, mas quanto melhor o equipamento em mãos, melhores serão suas imagens.

O MP3 está com os dias contados?

Conheça o MusicDNA, novo formato que oferece conteúdo multimídia como letras, vídeos e imagens e promete competir pelo trono dos arquivos MP3.

Embora existam centenas de codecs disponíveis no mercado, falar de música digital sem citar o MP3 é praticamente impossível. Isso porque o formato, criado há 20 anos, ainda mantém sua força em meio aos competidores por representar uma forma fácil e rápida de compactar arquivos sonoros e transmiti-los pela internet.

Atualmente é difícil encontrar algum player de música, reprodutor portátil ou até mesmo aparelhos celulares e reprodutores de DVD e Blu-ray que não seja compatível com a tecnologia.

Mesmo não representando o ápice de qualidade no que diz respeito à tecnologia de áudio digital, o formato é tão aceito que oferecer um dispositivo que não o suporte pode ser considerado um verdadeiro suicídio comercial.

Embora tenha recebido algumas melhorias durante sua vida, o MP3 já apresenta certo desgaste, principalmente no que diz respeito a possibilidades multimídia. Com o crescimento da oferta de conexões em banda larga a preços acessíveis, é difícil aceitar que sejam vendidos arquivos capazes de oferecer somente poucos detalhes como nomes de faixas e ordem das músicas.

Pensando nessas limitações foi desenvolvido o MusicDNA, que tem como objetivo reformular a relação dos usuários com a música digital e trazer de volta alguns elementos perdidos nos últimos anos. O novo formato promete trazer ao usuário não somente músicas, mas elementos como vídeos exclusivos, atualizações de blogs exclusivas e outros conteúdos para download.

Uma breve história do MP3

Embora seja um formato que ganhou popularidade a partir da década de 1990, a história do MP3 começa bem antes, durante os anos 70. O desenvolvimento do formato começou na Universidade de Erlangen, na Alemanha, na qual pesquisadores procuravam um meio de transmitir músicas através das linhas de telefone digitais que tinham acabado de ser desenvolvidas.

Poucos avanços foram obtidos até a metade da década de 80, quando os pesquisadores formaram uma aliança com a Fraunhofer Society para desenvolver um padrão de transmissão de arquivos para o sistema de rádio digital europeu.

O maior desafio dos desenvolvedores do MP3 foi encontrar um codec capaz de transmitir áudio com qualidade mesmo com taxas de dados baixas, para permitir o envio através de linhas de telefone e serviços de rádio. A solução foi o método atual de compreensão, que joga fora frequências que o ouvido humano não é capaz de ouvir.

Embora tenha sido bem sucedido em seu objetivo inicial, a popularização do MP3 só aconteceu em grande escala em decorrência de fatores que não tinham sido previstos pelos desenvolvedores.

Quando se deu a combinação de computadores pessoais poderosos, gravadores de CD a preços acessíveis e a popularização da internet no início da década de 1990, o MP3 se mostrou a alternativa perfeita para quem desejava ouvir e compartilhar músicas.

O grande salto de popularidade do formato se deu após o surgimento do Napster, em 1999. Único em sua época, o programa reuniu 15 mil usuários em sua primeira semana e, em fevereiro de 2001, era responsável pelo compartilhamento de quase três bilhões de faixas mensais. Todas elas em MP3.

Caso as grandes gravadoras da época tivessem percebido o potencial dos meios de distribuição digital e desenvolvessem um serviço mais competente que utilizasse outro formato, o MP3 poderia ter fracasso.

Porém, como é de conhecimento geral, a história foi outra: em vez de se adaptar aos novos tempos, a indústria preferiu combater por meios legais o Napster, o que gerou uma explosão da pirataria.

Enquanto os servidores do Napster eram fechados, surgiam diversos outros programas que ofereciam os mesmos serviços, e cada vez mais consumidores optaram pela comodidade e gratuidade oferecidas pelos programas que possibilitavam baixar músicas de forma ilegal.

Apesar de diversas tentativas de vender música digital através da internet e o estabelecimento de grandes lojas como o iTunes, a batalha das gravadoras estava perdida e desde então o MP3 carrega uma associação com a pirataria.

MusicDNA: mais conteúdo e proteção contra a pirataria

O primeiro ponto que deve ficar claro ao se falar sobre o musicDNA é que não se trata exatamente de um novo formato de codec, mas sim um complemento aos formatos já existentes. Ou seja, questões como a qualidade de reprodução e detalhes como compactação e quantidade de bitrate já conhecidas permanecerão inalteradas.

O que o MusicDNA faz é fornecer uma nova “embalagem” aos arquivos já difundidos, integrando novos conteúdos que as atuais tags ID3 são incapazes de fornecer. Ao integrar um arquivo XML a formatos como MP3, AAC ou WMA, é possível obter uma música que carrega informações como letras, artes de capa e até mesmo vídeos relacionados.

A nova tecnologia permite que, ao abrir um simples arquivo MP3 em um player compatível, o usuário tenha acesso a diversos outros serviços. Por exemplo: ao baixar legalmente um novo álbum de sua banda favorita, você poderá acessar conteúdo exclusivo como vídeos de gravações, arte conceitual em alta resolução, letras completas e até mesmo acesso a chats e conferências exclusivas com os membros.

Como forma de valorizar a aquisição de arquivos originais, o conteúdo oferecido pode ser atualizado periodicamente. Ou seja, investir na compra de uma faixa pode render inúmeros vídeos, entrevistas ou até mesmo dar direito a ouvir prévias de novos lançamentos. Cada arquivo compatível com o MusicDNA pode carregar até 32GB de informações adicionais, o que pode significar meses ou até mesmo anos de atualizações.

Segundo os desenvolvedores, o objetivo é fornecer uma experiência semelhante àquela que só quem viveu a época dos discos em vinil é capaz de lembrar. Comprar um álbum era uma experiência muito mais sentimental, na qual aspectos como a arte de capa e encarte eram tão ou mais importantes do que a própria música.

Com a popularização dos CDs e, posteriormente, dos formatos digitais, muito desse relacionamento se perdeu. A relação com a música passou a ser menos sentimental, e houve uma separação entre as partes gráfica e sonora dos discos lançados.

Exemplo disso é que é cada vez mais comum possuir milhares de arquivos MP3 sem nenhuma arte de capa associada, e, na hora de acompanhar as letras, simplesmente acessar um site especializado.

O MusicDNA surge como uma forma de renovar o interesse dos usuários pelas músicas que baixam, devido ao conteúdo adicional que é oferecido. Isso tudo sem deixar de lado quem não quer migrar para o novo formato e simplesmente deseja ouvir as músicas adquiridas em aparelhos MP3 antigos.

Como se trata somente de uma nova “embalagem”, o formato possui compatibilidade com qualquer player ou aparelho compatível com codecs anteriores, como MP3, AAC ou WMA. Nesses casos, ao inserir um arquivo do MusicDNA, somente a parte do áudio é reconhecida, enquanto o resto do conteúdo multimídia é ignorado.

Desafios para o novo formato

Além de competir com o domínio absoluto de formatos como já estabelecidos, o MusicDNA vai ter que lidar com outros obstáculos para conseguir se estabelecer como o novo padrão de distribuição digital. O principal deles é a questão do preço: somente após o lançamento em escala comercial será possível definir se os consumidores estão dispostos a pagar quase o dobro do preço cobrado por uma música convencional.

Novos formatos buscam trazer de volta o relacionamento que havia  com a música na época dos LPsA Apple também representa uma grande barreira para o domínio do MusicDNA, já que o serviço iTunes LP compete diretamente com o novo formato na tentativa de oferecer conteúdos extras para quem está disposto a pagar um pouco mais. Embora forneça esses arquivos em um formato proprietário, a companhia de Steve Jobs tem a seu favor o fato de ser a maior loja de música digital do planeta, com milhões de usuários fiéis.

Para que o novo formato seja capaz de vingar, será preciso que grandes gravadoras o apoiem de maneira massiva, algo que ainda parece longe de acontecer. Atualmente, somente a norte-americana Tommy Boy e as gravadora inglesas Beggar Group e Delta Records assinaram contratos com os desenvolvedores do MusicDNA.

Apesar de contar com nome como Strokes, Arctic Monkeys e Vampire Weekend em seus catálogos, estes ainda são nomes de pouca expressividade quando comparados aos catálogos de gravadoras como a Sony e a Universal.

O formato também terá de competir com a navegação através de nuvem, que surge como uma tendência cada vez maior. Embora ainda não existam serviços com catálogos tão vastos como a loja do iTunes, a cada dia surgem sites que disponibilizam a oportunidade de ouvir músicas, assistir a vídeos relacionados e acompanhar as letras através da tela do computador.

Conta a favor de o novo formato estar dissociado de qualquer programa específico (como o LP está ao iTunes), e de ser compatível com qualquer MP3 disponível no mercado, incluindo toda a linha iPod. Embora tenha sido apresentado rodando em um player desenvolvido pela própria companhia, tudo indica que logo deverão ser lançados codecs para outros programas já difundidos.

O novo formato ainda está em fase de testes beta, na qual devem ser eliminados quaisquer erros de conversão e incompatibilidade com players e MP3 players antigos. Se tudo correr bem, a previsão é que até o verão americano de 2010 (junho) o MusicDNA esteja disponível em formato comercial.

E você, o que pensa sobre este novo formato? O MusicDNA vai vingar ou vai ser somente um formato a falhar na luta contra o MP3? Não deixe de postar sua opinião em nossa seção de comentários.

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