Seja, Bem Vindo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Windows versus Linux

Qual o melhor sistema operacional? Entre nesta guerra entre usuários de Windows e Linux e ajude nossos fanboys a defender seu sistema operacional favorito!

Adicionando um volume à série Versus do Blog do Igor, trazemos hoje mais uma das polêmicas discussões do mundo da tecnologia. Quem nunca viu uma ferrenha discussão de usuários sobre qual o melhor sistema operacional? E quando o assunto é Linux eWindows, essa disputa se torna ainda mais acirrada e muitas vezes é levada até o grau de programas específicos para o SO.

Diversos usuários enfrentam-se diariamente em fóruns e conversas do assunto. Os tópicos são os mais diversos, mas argumentos que sempre entram na briga são preço do SO, código aberto e liberdade de uso do Linux, contra a facilidade de uso, maior quantidade de programas e popularidade do Windows.

Como não poderíamos ficar de fora deste grande duelo, reunimos dois usuários ferrenhos que vão defender seus pontos de vista expondo os motivos que os levam a gostar mais de um sistema ou outro.

Conhecendo os lutadores

O tradicional símbolo do WindowsNo canto direito, com o símbolo representando uma de suas principais inovações: o Windows. Lançado no mercado no ano de 1985 com o nome de Windows 1.0, desde a primeira versão, o sistema operacional da Microsoft trouxe para o usuário a possibilidade de uso do mouse (e o próprio acessório inclusive), a abertura de mais de um programa ao mesmo tempo (multitarefa) e uma interface colorida, com ícones e janelas.

O simpático TuxNo canto esquerdo, adotando um simpático pinguim como símbolo e representando a liberdade de uso e distribuição: o Linux. A primeira distribuição tinha o nome de Linux 0.01 e foi lançada em setembro de 1991. Ela trouxe a possibilidade de qualquer usuário fazer alterações em seu código fonte e adaptá-lo às suas necessidades, bem como o direito de redistribuir sua versão.

O Linux tem ao seu lado toda uma comunidade de desenvolvedores para efetuar adaptações e melhorias no sistema além de distribuições para todos os gostos e necessidades.

Round 1: instalação

Instalação difícil

Quando os computadores pessoais começaram a se tornar relativamente populares, não sendo somente um privilégio de grandes instituições o Windows sempre contou com suporte ao usuário para o processo de instalação. Mais especificamente a partir do Windows 95, que já era uma versão mais popular do SO, mesmo utilizando vários disquetes para instalação, o processo era guiado na tela para o usuário.

As etapas contam com instruções sobre a operação e, nas versões a partir do XP, quase tudo é completamente feito na interface gráfica. Há uma previsão do tempo que será necessário para completar o processo e o progresso é exibido à medida que etapas são avançadas. Inclusive a Microsoft oferece algumas dicas exibidas na tela durante a instalação, de forma a fornecer de antemão uma prévia da ambientação que é encontrada pelo usuário no final do processo.

Um dia foi, hoje ela é bem simples

Já nos primórdios do Linux, sua instalação realmente era um processo deveras complexo. Ainda mais se o usuário possuía alguns componentes de hardware “diferentes do padrão” ou produtos com dispositivos fechados (algumas empresas faziam “pacotes” de hardware com drivers muito específicos). Entretanto, hoje a realidade é completamente diferente.

Grande parte das distribuições do Linux são instaladas a partir de um CD de forma simples e rápida, assim como é no Windows. Ele também possui uma barra de progresso para informar ao usuário o andamento do processo que, diferente do Windows, costuma ser bem rápido.

Round 2: drivers básicos

Instalou, agora tem que correr atrás dos drivers!

Realmente, ao terminar de instalar uma distribuição do Linux, você já possui todas as ferramentas básicas para o uso, sem ter aquele frequente problema de sair atrás de CDs com drivers e programas para começar a montar seu ambiente de trabalho.

O Windows costumava terminar a instalação completamente “cru”, fazendo-nos ir atrás das caixinhas de CDs para os dispositivos. Entretanto, com o lançamento do Windows 7, a Microsoft já deu uma boa melhorada nesse aspecto.

O Windows 7 procura eles para o usuário!

Agora, após a instalação, o Windows possui um recurso que reconhece os dispositivos presentes no computador e faz a busca dos drivers para o usuário. Ainda assim alguns podem não ser reconhecidos ou encontrados. Em outros casos, por se tratar de uma versão relativamente recente, pode ainda não ser oferecido um driver compatível.

Round 3: inicialização

O Windows é uma tartaruga!

O processo de inicialização do Linux é muito rápido, mesmo que já tenha se passado algum tempo depois da instalação do SO. Além disso, iniciado o sistema, você já pode usar, não precisa esperar mais tempo por isso.

Somente nas versões mais antigas!

As versões mais antigas do Windows demoravam um tempo considerável no processo de boot e inicialização depois de passado certo tempo de sua instalação. Nesse quesito, o Windows 7 já se mostra bem mais eficiente, inicializando em um período mais curto de tempo do que seus antecessores.

Round 4: utilização

Desde a primeira versão oficial lançada no mercado de software, o Windows trouxe algumas das maiores inovações para os computadores pessoais: a interface gráfica e os periféricos. Os desenvolvedores do SO apostaram na praticidade para o usuário como forma de difusão e popularização do Windows.

O Linux é difícil de usar!!!!

O ambiente encontrado era composto por janelas e menus interativos que atendiam aos comandos do usuário por meio de um periférico (mouse). Além disso, era possível criar ícones e assim ter atalhos para os programas mais utilizados na Área de trabalho.

Windows: interface gráfica desde o início e cada vez mais  elegante

A parte gráfica (de interação usuário-sistema), até hoje é uma das maiores preocupações do Windows e recebe cada vez mais melhorias sem pecar em nada na aparência, que se torna cada vez mais moderna e elegante.

Isso é coisa do passado!

Se você nunca utilizou o Linux e pensa nele como uma telinha preta cheia de letras em verde ou branco, está com uma imagem antiga do sistema. Atualmente, a maior parte das distribuições do Linux e, certamente todas as mais comuns, possui interface gráfica e sistema de menus, assim como o ambiente de Área de trabalho também permite colocação de ícones como forma de atalho.

Interface gráfica do Linux: tão eficiente quanto a do Windows

Além disso, de uma forma geral as informações pessoais do usuário são portáteis no Linux. Caso você precise mudar de distribuição, basta copiar alguns dados da pasta local (“Home”) e copiar na nova distribuição para que todas as suas configurações de usuário sejam mantidas.

Round 5: facilidade para localizar e instalar programas

Em tempos remotos, quando você queria instalar um programa para o Linux, dependendo do que fosse, era bom se preparar para o pior. Com a popularização da internet isso foi parcialmente resolvido, pois você podia procurá-los online e de diferentes fontes.

Central de software FTW!

Hoje, algumas distribuições do Linux contam com uma central própria de software. Após o acesso, basta efetuar a busca pelo programa (por nome ou categoria) e instalá-lo a partir da mesma interface, com apenas um clique. Como nem tudo é perfeito, entretanto, existem programas que não estão disponíveis na central.

Central de softwares do Ubuntu

Com o Windows, é tudo meio à moda antiga: é preciso procurar o programa, baixar e instalar ou executar a instalação a partir de uma mídia disponível. Entretanto, normalmente não há qualquer dificuldade para encontrar aquele que você quer disponível para o SO.

Os programas são fáceis de encontrar e instalar!

Adicionalmente as instalações costumam ser fáceis e contam com instaladores que guiam o usuário durante todo o processo.

Round 6: programas e compatibilidade

Praticamente o único momento no qual você tem sérias dificuldades com relação à compatibilidade de software para o Windows é logo que uma versão nova do SO foi lançada. No caso do Windows 7, mesmo no momento de seu lançamento já havia uma grande quantidade de programas adaptados e desenvolvidos para ele.

Windows tem mais programas e jogos!

Nesse quesito, não há discussão: como a maioria dos usuários de computador utiliza o Windows, as empresas se preocupam em lançar programas que sejam compatíveis com o sistema. Isso é ainda mais perceptível com relação aos jogos, muitos deles sequer oferecem versões para serem executados em outras plataformas.

Dizer que o Linux não tem compatibilidade com programas é o maior argumento dos defensores ferrenhos do SO da Microsoft, porém a realidade já é outra. Como o Linux tem uma grande comunidade de desenvolvedores envolvidos, atualmente há sempre alguém disposto a atualizar ou desenvolver versões de programas para ele.

Nós já temos uma grande variedade de programas

Não se pode mais dizer que faltam programas ou variedade deles para o Linux, embora alguns permaneçam apenas com versões inferiores às existentes para o Windows. Entretanto, o grande calcanhar de Aquiles do SO são os jogos, os quais se possuem pouco ou nenhum suporte e alguns sequer contam com uma versão para o Linux.

Round 7: Personalização

O Linux é completamente personalizável

Absolutamente qualquer coisa pode ser alterada na interface do Linux. De um mero papel de parede ao lugar nos quais os botões são mostrados em uma janela. Se você gosta de efeitos, o Linux também dá um show à parte com suas janelas “maleáveis”, múltiplas Áreas de trabalho que podem ser abertas lado a lado, em cubo, estilo “coverflow”, entre várias outras possibilidades.

Nesse aspecto, o Windows é mais engessado. Até o Vista, mesmo trocar seu tema para um que não fosse oficial era um processo penoso. E, além disso, não havia qualquer certeza de que realmente fosse dar tudo certo no final.

O Windows está bem mais flexível do que já foi.

O Windows 7 trouxe uma grande inovação neste aspecto, com temas que podem ser instalados a partir de poucos cliques e sem sofrimentos. Além disso, eles são automaticamente configurados, dispensando processos manuais de troca. Mesmo temas de terceiros estão apresentando mais compatibilidade e processos menos frustrantes de configuração.

Round 8: segurança e infecções

Você já ouviu alguém falando que pegou vírus no Linux? Após tentar puxar pelas lembranças, deve ter constatado que isso quase nunca ocorre. Existe uma quantidade ínfima de vírus para o SO e, ainda assim, não haveria um que fosse capaz de infectar tanto o Linux quanto acontece com o Windows. Isso ocorre por vários motivos, um deles é o fato de o Linux ter código aberto e várias pessoas arrumando problemas.

O Windows vive pegando vírus!

Isso contribui para que ele apresente um número muito menor de falhas de segurança, o que significa menos brechas a ser exploradas. Outro fato é que o grande alvo de quem desenvolve softwares maliciosos são os usuários e, como o Linux tem menos usuários, torna-se menos atrativo para os criminosos virtuais.

Quase não existe vírus para LinuxAlém dos fatores citados acima, a política de segurança do Linux é um grande diferencial: os programas são executados em modo de usuário e não de administrador. Assim, se acontecesse de um usuário pegar vírus, este não se espalharia pelo sistema, afetando apenas os programas que o próprio usuário instalou na pasta “Home” (na pior das hipóteses), enquanto o sistema permanece intacto.

Uma infecção assim é muito mais fácil de ser eliminada e os danos são irrelevantes. Isso levado em conta, não é difícil imaginar por que a criação de vírus para o sistema é difícil e desinteressante.

Disponibilizamos várias ferramentas de proteção, além de outras várias presentes no mercado.

O Windows é um sistema fechado e com um tempo de resposta para atualizações de segurança menor do que o Linux. Para existir algo nesse sentido, primeiro alguém precisa detectar a brecha no sistema e resolver enviar o problema para a Microsoft. Após receber mais do que uma queixa o suporte procura verificar o que está ocorrendo.

Após a constatação da falha, finalmente se começa a trabalhar na solução. Parando por um momento para pensar, imagine quanto tempo pessoas mal-intencionadas tiveram para agir enquanto todo esse processo é desenrolado. Além disso, o sistema de permissões e segurança do Windows está longe daquele existente no Linux.

O Windows conta com ferramentas para combater e prevenir infecçõesPraticamente todo usuário utiliza o Windows como administrador, pois de outra forma seria quase impossível aproveitar os recursos do sistema. Adicionalmente, o controle de usuário é desativado pela maioria das pessoas por ser incômodo e pouco eficiente. Ainda assim, a Microsoft reconhece que o problema existe e não deixa por menos.

A própria empresa disponibiliza uma série de ferramentas de proteção (antivírus, firewall, etc.) e, várias outras companhias desenvolvem e atualizam bases de dados de programas para garantir a segurança do SO, inclusive com versões gratuitas para tal.

Round 9 : suporte

O Windows tem mais fontes oficiais de suporte!

Se você é um usuário do Windows e tiver problemas técnicos é possível contar com a central de suporte online, por telefone ou guias rápidos de ajuda disponíveis a partir do próprio SO. As versões mais recentes (Vista e Windows 7) também possuem um sistema de verificação do problema. Ao acessar esse recurso, ele automaticamente busca as possíveis causas do problema e apresenta algumas soluções a fim de tentar resolvê-lo.

O Linux tem uma comunidade inteira para ajudá-lo!

O suporte formal para Linux existe, porém normalmente é cobrado, pois é feito por empresas terceirizadas ou donas de distribuições pagas do sistema. Entretanto, por ser um software de código aberto e adotar tal filosofia, como já foi citado em outros tópicos, o que não faltam são programadores e usuários envolvidos no projeto.

Portanto, sempre que você estiver com problemas ou dúvidas, é possível recorrer a um dos milhares de fóruns de discussão do sistema e procurar ajuda de técnicos e outros usuários. Além disso, há pessoas que fazem guias e tutoriais e os disponibilizam para ajudar a resolver dúvidas, fazer configurações, entre outras finalidades.

Round 10: multiusuários

Suporte multi-usuários

O Linux foi desenvolvido para conseguir lidar com acesso concorrente. Ou seja, ele permite que mais do que um usuário esteja conectado no sistema ao mesmo tempo, sem que um deles seja desconectado.

O Windows Server também tem!

O Windows, por outro lado, oferece suporte para operar com um usuário por vez. Embora você possa ter acesso concorrente à base de dados, o sistema em si não consegue suportar acesso simultâneo. Você pode ter mais do que um usuário, mas não em acesso concorrente. Entretanto, se você precisa dessa ferramenta utilizando Windows, é só instalar o Windows Server.

A versão para servidores do Windows oferece suporte completo para multiusuários, embora não seja aquela que costuma ser utilizada em computadores pessoais.

Round 11: preço

O Linux, assim como os softwares do Projeto GNU, foi desenvolvido para oferecer uma alternativa aos softwares proprietários. Ele é um sistema de código aberto e distribuído sob a GPL, ou seja, qualquer um pode obtê-lo, fazer alterações e redistribuir, desde que disponibilize o código.

O Windows é caro!

Embora existam versões pagas do Linux, a grande maioria da distribuições é completamente gratuita e oferece diversas formas para sua aquisição. Você pode efetuar download das imagens muitas vezes na própria página do responsável por ela sem qualquer custo. Adicionalmente, é possível efetuar alterações para adaptá-lo conforme suas necessidades.

Acima de tudo, você tem a liberdade de repassar uma distribuição de Linux gratuita para seus amigos sem cometer pirataria de software.

O Windows é um software de código fechado e proprietário. O preço para aquisição de uma versão do SO já foi algo que se pudesse considerar muito caro e complicado para um usuário de computador pessoal. Embora a Microsoft tivesse criado algumas versões mais básicas do XP, por exemplo, o preço continuava elevado.

Existem versões acessíveis!

A partir do Vista, a Microsoft começou a lançar versões com preços mais próximos à realidade de um usuário final brasileiro. Como característica principal, elas possuíam menos recursos avançados e de efeitos (como o Glass, que não está disponível na versão Home Basic do Vista).

Entretanto, com o lançamento do Windows 7, o preço do SO no mercado já está bem mais baixo. Mesmo as versões Premium e Ultimate possuem o valor bem abaixo do que costumava ser anteriormente. A versão básica do Windows 7 pode não ser “extremamente barata”, mas é considerada acessível, mesmo por um usuário de computador pessoal .

Round 12: opinião dos usuários

Nada melhor do que a análise dos usuários para concluir este verdadeiro duelo entre sistemas operacionais. Independente de você levantar a bandeira do Linux ou do Windows deixe sua opinião nos comentários e ajude-nos a descobrir qual é o sistema de seu coração.

Especial: Google I/O 2010

Durante o maior evento de seus desenvolvedores, a Google anunciou inovações que devem mexer com o mundo tecnológico. Confira o que de melhor aconteceu na Google I/O 2010.

A Google é considerada por muitos a maior empresa de tecnologia, e parece que a multinacional está afim de garantir ainda mais tal fama. A Google I/O 2010 - o maior evento de seus desenvolvedores - aconteceu na cidade de São Francisco nos EUA entre os dias 19 e 20 de maio e as novidades apresentadas são promissoras.

Entre os serviços e tecnologias que ganharam a atenção total dos participantes e da mídia tecnológica está a criação de uma loja virtual para aplicativos web, a produção de uma televisão inteligente e a exposição do novo formato de código aberto para vídeos na internet. Também foram citadas algumas melhorias no Google Wave, o aumento de resolução nas imagens do Google Maps e o anúncio da nova versão do seu sistema operacional de telefonia móvel, o Android.

O Portal Baixaki fez uma vasta pesquisa e reuniu o que de melhor rolou na convenção. Confira neste artigo as inovações que devem revolucionar muitas tecnologias que conhecemos atualmente. Ao que tudo indica, a Google quer dominar o mercado do que envolve tecnologia e não faz questão nenhuma de esconder dos concorrentes suas armas.

A mais nova ponta de estoque da web

Em fevereiro a Equipe Baixaki publicou o artigo “Google pode lançar sua App Store ainda em 2010”, no qual a cogitação de uma App Store (lojas virtuais para a venda online de aplicativos) da Google estava sendo planejada. A intenção da gigante tecnológica é embarcar no segmento para bater de frente com sua arquirrival Apple, que possui a Apple Store - que, aliás, deu muito certo e tem o domínio do mercado.

A mais nova ponta de estoque da web

As especulações não estavam erradas, a Chrome Web Store começa a sair do papel e tomar espaço na internet. Segundo a Google, o intuito do serviço é promover melhores oportunidades de negócios para os desenvolvedores e disponibilizar aplicativos qualificados para os usuários.

A maior vantagem, conforme apresentação do serviço na I/O 2010, é que os usuários poderão participar com sugestões, opinião e qualificação dos produtos. Fato que facilitaria a avaliação e a decisão de compra por determinado software ou serviço. Não tenha dúvida que se trata de uma excelente jogada de marketing por parte da multinacional.

A loja virtual deve disponibilizar aplicativos dos mais variados gêneros, desde programas relacionados com produtividade, passando pela comunicação e redes sociais e indo até o entretenimento. Alguns aplicativos exibidos na feira são muito conhecidos, como os games Plants VS Zombies, Lego: Star Wars, Fifa World Cup 2010 e Scrabble ou o aplicativo TweetDeck.

Ainda não existe estimativa dos preços dos softwares que devem aparecer nas “estantes” da App Store da Google, mas a tendência é que eles sigam os valores aplicados pelos serviços concorrentes.

Imagem da apresentação da App Store

A Chrome Web Store foi desenvolvida para rodar em qualquer navegador, desde que atualizado com suas respectivas versões. Como já era previsto, o Google Chrome tem sua vantagem: a possibilidade de criar atalhos para a loja online. Portanto, se você opta por agilidade ao navegar pela internet e pretende conhecer a novidade, é bom começar a se familiarizar com o browser.

A loja ainda está em fase de testes, desenvolvedores estão sendo convidados a se cadastrar, expor seus produtos e avaliar o serviço. A expectativa é que o lançamento oficial da Chrome Web Store aconteça até o final do ano. Confira o vídeo seguinte, o qual consta a apresentação da virtual store:

Google TV, quase um computador

Já imaginou ter uma TV com funções de um computador? Se você pensou em um filme futurista, pode esquecer, talvez você possua uma antes do que pensa. Alguns televisores já têm funcionalidades de conexão com a internet, dispositivos móveis e outras mídias, mas são ferramentas muito limitadas.

A intenção da parceria entre a Google e a Sony é produzir uma TV revolucionária. A Intel entrou na jogada para somar maior potencial tecnológico com seus poderosos processadores e criar a chamada, segundo os boatos, SmartTV. A ideia é tornar a televisão tão útil quanto um computador nas atividades do seu dia a dia, ao unir a praticidade da web com a qualidade de imagem das TVs.

Google TV, o televisor inteligente

Tudo bem, mas o que de tão inovador vem por aí? Além do suporte para conexões de alta velocidade com a internet, a TV inteligente - que deve contar com o sistema operacional Android - poderia interagir com redes sociais, comunicadores e contas de email. Você está assistindo a um filme e quer pesquisar informações sobre o ator principal, basta ativar a Barra de endereços do navegador disponível e vasculhar a web.

Outra característica marcante desta tecnologia é a possibilidade de personalizar o conteúdo apresentado na televisão através de sites de emissoras ou programas, definir a que capítulos você quer assistir ou programar a exibição de um seriado, por exemplo.

A interatividade com esta tecnologia deve ser surpreendente no futuro

Ao navegar também será possível acessar programações relacionadas com o tema da sua navegação. Digamos que o usuário surfava por um site de esportes atrás de informações do seu time. Em uma janela no canto da tela é indicado um jogo de futebol, bastando clicá-lo para a exibição do canal.

Algumas empresas de telefonia começam a esboçar interesse em participar com a tecnologia 3G, o que abre mais uma infinidade de alternativas para a tecnologia. Conceitualmente a SmartTV deve possui conexão Wi-Fi, entradas HDMI e para TV a cabo ou satélite. O processo de comercialização de aparelhos com esta tecnologia está bem avançado, especulações indicam que os norte-americanos já tenham a SmartTV em suas lojas.

Veja o vídeo abaixo com mais detalhes do televisor inteligente:

A liberdade dos vídeos

Guarde este nome: WebM Video, pois você vai ouvi-lo muito. Ele é um novo formato para vídeos na internet, com o diferencial de ser open source, ou seja, seu código de programação é aberto para quem quiser aperfeiçoá-lo.

A novidade foi desenvolvida através do codec VP8 - sistema de codificação de áudio e vídeo mais atual do mercado - e promete aproveitar melhor a banda de conexão com a internet ao exibir as filmagens. Devido ao baixo consumo de recursos computacionais, a grande vantagem desta tecnologia é o aumento de performance em aparelhos com “menor” configuração, por exemplo, tablets, netbooks e smartphones.

Viva a liberdade dos vídeos para web!

Algumas empresas já anunciaram ter adotado o formato, como a AMD, NVIDIA, Broadcom, Skype e até mesmo a Adobe - o Flash Player deve ter suporte para VP8. A Microsoft esboça interesse na inovação, mas a Apple ainda não deu o braço a torcer e não pronunciou nenhum indício de acolhê-la.

Apesar de ainda estar em fase final de avaliação, o WebM já está sendo utilizado pelo YouTube nos navegadores Opera, Firefox e Chrome com vídeos de alta resolução (720p ou superior). Este formato foi bem recebido até o momento, a expectativa é que mais novidades surjam decorrentes dele. O WebM está sendo considerado o divisor de águas para vídeos que interagem com o HTML 5.

Olha a onda!

O Google Wave é um serviço que une variados meios de comunicação, possibilitando que se compartilhem arquivos, acesse informações de redes sociais, leia emails e troque mensagens em tempo real. Mas o que era para ser a mais nova “onda” (tradução para wave) da internet, não passou de uma leve marola e tornou-se uma das maiores frustrações da Google. Veja em “Google Wave: primeiras impressões” o que a Equipe Baixaki percebeu no primeiro contato com a plataforma.

Google Wave, a nova onda da web

Uma das reclamações mais comum entre as pessoas que testaram a ferramenta foi a quantidade restrita de contatos, isso porque era preciso ter um convite para usufruir das funcionalidades do Wave. Fato que limitava a potencialidade da tecnologia e acabava desanimando o usuário.

Entretanto, a desculpa de estar em período de teste não “cola” mais. Na I/O 2010, foi anunciado que o Google Wave está liberado para todos os usuários, não é mais exigido convite para utilizá-lo, e sem custo algum. Clique aqui para ativar sua conta!

No mesmo evento, foram exibidas algumas melhorias em suas funcionalidades, como a notificação de chegada de emails, aperfeiçoamento de navegação pelos serviços e melhoria das opções de gerenciamento de permissões e extensões. Agora vamos poder realmente avaliar todo o potencial do Google Wave e se desta vez a multinacional conseguiu tornar a onda em um tsunami.

As primeiras impressões da Equipe Baixaki

Mapas em alta resolução

O Google Maps foi uma das tecnologias desenvolvidas pela multinacional que mais emplacou. Pesquisar endereços, localizar serviços e traçar rotas nunca foi tão fácil, não é mesmo? Quem interage constantemente com internet já deve ter utilizado, pelo menos uma vez, os mapas gratuitos.

Desta vez a novidade para o Maps anunciada não foi bombástica. Em suma, a melhoria acontecerá na qualidade das imagens disponibilizadas, elas terão alta resolução para a visualização mais clara do conteúdo armazenado. Em breve 66 países ganharão novas fotos de suas cidades, algumas delas serão tiradas de aviões. O Rio de Janeiro deve ser o primeiro município a receber a equipe da Google.

A reformulação da qualidade visual das imagens também será aplicada ao Google Earth, o que deve elevar o potencial da ferramenta. Os mapas em 3D, conforme apresentado no artigo “Google Maps agora com mapas em 3D”, devem se tornar mais reais com a novidade apresentada.

A ferramenta de visualização 3D do Google Maps deve melhorar

Abrindo espaço e tirando a monotonia da web

Essa é uma excelente notícia para os webdesigners e desenvolvedores de sites. A Google anunciou, neste mesmo evento, mais duas novidades voltadas para a parte estrutural de páginas na internet.

A primeira seria um serviço muito parecido, para não dizer idêntico, com o Amazon Web Services (AWS), o denominado Google Storage for Developers. Nele o usuário pode armazenar os arquivos referente a seus sites, programas ou sistemas em uma infraestrutura cedida e gerenciada pela Google.

De acordo com a multinacional, o serviço combina a escala e a performance na transferência de dados. Os preços praticados devem variar de acordo com a quantidade de espaço utilizada, ou seja, quanto mais você usar mais terá que pagar. A plataforma ainda está sendo testada, mas você pode acessar a página do Google Storage for Developers e obter maiores informações.

Use a Google como seu repositório de dados

A outra apresentação está relacionada com a aparência das páginas na internet atuais. O ponto em questão é a baixa quantidade de fontes disponíveis para livre utilização, fato que torna os sites todos parecidos e monótonos. A necessidade de ter a fonte instalada na máquina local do internauta é mais um quesito a ser derrubado pela Google.

A gigante tecnológica lançou 18 fontes com licença livre, depositadas no Google Font Director, uma forma de aumentar a diversidade das identidades visuais adotadas pelos webdesigners. Aliado com o Google Font API – serviço que possibilita a visualização de fontes sem a implementação no computador local – esta novidade deve tornar a web ainda mais atraente.

Novas fontes geram novos sites

Android 2.2, o exterminador

Parece que a hegemonia do iPhone OS como melhor sistema operacional para aparelhos móveis corre perigo. A Google anunciou a nova versão para o seu SO, o Android 2.2 - mas pode chamá-lo de Froyo - que pretende desbancar a maçã do topo do mercado.

O lançamento, que atualmente é ativado em 100 mil aparelhos por dia nos EUA, deve possuir integração com o Flash 10.1 (última versão do aplicativo) e ganhar velocidade de processamento, graças às melhorias na execução virtual de aplicativos através do JavaScritp V8. Segundo a desenvolvedora, o Froyo é até cinco vezes mais rápido que a versão anterior.

Froyo, o combatente do iPhone OSO aumento de compatibilidade com maior diversidade de aplicativos surpreende. Será possível, por exemplo, encontrar determinada rota pelo Google Maps e com o clique de um botão enviar todas as informações para um smartphone equipado com o Froyo. Pelo que percebemos, praticidade foi um dos focos nesta nova fase de desenvolvimento.

Outra inovação do Android 2.2 é sua capacidade de operar como umhotspot. O aparelho equipado com o Froyo e conexão 3G consegue tornar-se uma fonte de conexão Wi-Fi para outros equipamentos. Tal função deve pulverizar o alcance de pontos de acesso à internet, podemos começar a vislumbrar que um dia possamos navegar pela web em qualquer lugar.

Não escondendo que seu objetivo é “exterminar” o iPhone e o iPad, esta versão do SO da Google pode sincronizar toda a biblioteca do iTunes por streaming, uma forma rápida e eficiente de troca de arquivos.

Como se não bastasse a afronta, no mundo corporativo o Froyo está equivalente à terceira geração do iPhone. Ainda nesse contexto empresarial, o Android atualizado possibilita a sincronização total de qualquer tipo de dado e oferece uma poderosa ferramenta de segurança para os administradores de rede: a exclusão remota de informações em caso de perda.

O Froyo ainda não tem previsão de comercialização, mas tudo indica que em breve teremos modelos da HTC já com a novidade. Dê uma olhada no vídeo seguinte com a apresentação do Android 2.2:

Aonde a Google quer chegar?

É incontestável que a Google é uma empresa inovadora, muito qualificada e promissora. As tecnologias desenvolvidas pela multinacional sempre buscam aumentar as possibilidades de informatização da sociedade.

Vemos uma incrível ascensão da organização. O que era apenas uma ferramenta de busca na internet hoje conta com um sistema operacional de smartphones, plataformas de unificação de meios de comunicação online, formato para exibição de vídeos e até mesmo televisores. Mas com todo esse investimento, não podemos deixar de fazer uma pergunta: aonde a Google pretende chegar?

Talvez esse seja um questionamento sem resposta. Para alguns a empresa quer dominar todos os meios de comunicação. Outros entendem que ela só está gerando concorrência barata para serviços mais qualificados.

O fato é que as tecnologias apresentadas pela Google têm, há um bom tempo, proporcionado maior difusão de dados, informações, conhecimento e entretenimento. Na Google I/O 2010 não foi diferente, as novidade exibidas são promissoras e devem mudar muito o mundo tecnológico que conhecemos atualmente.

Google

Até onde a Google pode chegar? Será que as tecnologias apresentadas na I/O 2010 vão obter sucesso ou não passam de tendências frustrantes da empresa? Deixe registrada sua expectativa e projeção para a Google nos comentários.

Error 404: acordei na internet

E se uma rede social fosse, de fato, sua vida social?

Não gosto do que vejo no espelho. Assim que passo minha mão pelo meu queixo, ele fica embaçado, mesmo que sem nenhuma razão. Tudo que consigo ver... Parece que algo está escrito como se alguém usasse os dedos: “Alterar foto”. Assim que tiro a mão do rosto, a mensagem se apaga. O que está acontecendo, não sei.

Então percebo como meus dedos são capazes de percorrer anos de fotos minhas. Meu rosto, só por hoje, é misterioso. Se alguém perguntar, digo que é uma daquelas fotos velhas, jogadas. “Foi a que achei”. Toco de novo o rosto com as pontas dos dedos. Apesar do susto, agora gosto do que vejo. E continuo a perguntar o que foi isso.

Como de costume, dirijo-me à saída para pegar o jornal. Parece que há algo na porta. Mais dois passos e constato serem imagens. Três passos mais são suficientes para concluir: são rostos. Uma olhada mais cuidadosa, já de cara na porta, me preocupa até certo ponto: conheço tais pessoas, mas não todas.

O susto no banheiro não se compara ao frio que percorre minha espinha quando leio “Visitantes recentes”.

Rostos, nem todos conhecidos, passaram pela minha casa.

- “Visitas? Eles estiveram aqui, todos? E quem é ‘●• ツ ●๋•’?

Caminhar pelo quintal até alcançar o jornal sempre foi pacato, corriqueiro. Passos curtos, uma olhada rápida pela vizinhança, o caderno de esportes e o caminho de volta até a porta. Desta vez, tudo foi diferente. Eu estava assustado ao abrir a porta, mas calei-me com o que vi e ouvi depois.

As pessoas falam a esmo – parece que para ninguém, isso quando não gritam – frases curtas, desconexas. Ou então, quando quietas, têm suas ações amplificadas. Elas se expõem por mensagens curtas ou por pequenos gestos. Tão pequenos que são frequentemente substituídos e atualizados.

Enfim, concentro-me no jornal. Apesar de muitas, as pessoas ao redor me parecem alheias. Não é difícil perceber que elas não estão em exibição para mim. Pura e simplesmente, elas querem estar em todos os lugares, eu sou uma consequência.

Ah, sim. Estou aqui pelo jornal. Ele parece diferente. Está menor. Meu caderno favorito é o de esportes. Não o encontro. Tudo o que posso folhear é um caderno maior, “Novidades”. Dentro, um menor. “Felipinho faz aniversário no dia 22 de maio, Ana faz aniversário no dia 23 de maio.”

Eu não sabia. Ao lado da manchete, pude ler “Escreva um recado para Felipinho”. Escrevi em uma espécie de papel em alto relevo que simplesmente se recolheu depois que escrevi a mensagem. Para onde ela foi, não tinha ideia.

Até que abri minha caixa de correio, que discreta e de difícil acesso, virou transparente. Qualquer um pode facilmente colocar a mão para pegar os vários pedaços de papel dentro dela. Começo a ler cada um deles. São textos curtos, como recados. “Dia de prova é um baita estresse mesmo, não?”, “É uma #baitafalta de sacanagem!!!”, “HAHAHAHAHAHA” e um mais recente: “Opa, valeu pelo parabéns! Vou fazer festa este fim de semana, aparece lá!”.

Percebo um pequeno compartimento separado, este está trancado. Tentarei usar minha chave depois. Mais pequenos papéis encontro perto do lixo. Todos eles parecem santinhos, propagandas e afins. Estão no lugar que lhe cabem, presumo.

Minhas notícias, não encontro. Estou dentro de um pesadelo? Eu troquei de rosto mais facilmente do que faço a barba. Recebi visitas, ou fui informado sobre elas, e ainda acompanhei uma espécie de noticiário que mais parecia um desfile. A rua não me parece tão segura, decido voltar.

Entro em casa e caminho quase nada até ouvir a campainha. Engraçado, agora que ouvi esse som, percebo que a sequência é um tanto óbvia. Uma machadada precisa no meu pescoço é o final perfeito deste roteiro complicado.

Mas não. É apenas... Uma pessoa. Sem machado, pelo menos um visível. “Oi. Add aí!”, ela me diz. “Como?”, pergunto sem entender nada nem reconhecer o rosto, que me parece desfocado e pessimamente refletido em um espelho mequetrefe. Não tenho resposta. A pessoa permanece estática.

- “Quem é você?”, pergunto para novamente não ouvir resposta. “Tudo bem, acho que você quer entrar”. Senti-me mais ou menos como convidando um vampiro, assim assinando meu atestado de estupidez. Além do atestado de óbito, claro.

A pessoa deu dois passos minha casa adentro e saiu correndo para minha caixa de correio para depois sumir. Corro lá e vejo um novo papel: “Obrigado por me add”. Já percebi que não se trata de um pesadelo. Eu teria morrido muito antes por toda minha displicência.

Novamente a caminho de casa, percebo um cachorro correndo feito louco, vindo do estreito corredor que liga o quintal da frente ao de trás. Nunca tive cachorro. Obviamente, mais um episódio desta trama.

Ao caminhar lentamente pelo corredor, começo a ouvir sons variados. Até que eles ficam mais claros: um mugido, um cacarejo. Tem uma fazenda em minha casa! Vacas, cavalos, galinhas, porcos, plantação disso e daquilo, flores. São tantas coisas que não sei para onde olhar. Mas há algo estranho nesse cenário – sim: mais estranho que uma fazenda em um cubículo de quintal.

Alguém, de blusão e capuz preto, corre desenfreadamente pelo quintal. Rouba o que é possível, pula o muro e foge em disparada. Se me perguntar o que é mais estranho entre ter animais desse porte em minha casa ou ver alguém roubando plantas e fugindo freneticamente, eu preciso pensar na resposta.

No meio da incredulidade, completamente desnorteado, sem saber o que fazer, tenho uma reação inesperada. Pelo menos não é a reação que tenho costumeiramente. Com os olhos bobos, procurando alguma paisagem, falo à meia-voz, não gritando, mas o suficiente para alguém por perto ouvir. “Eu preciso de ajuda”.

- “Chamou?”, uma voz ecoa de dentro de minha casa. Do jeito que meu dia está, não duvido de mais nada. Enquanto corro para dentro, a única palavra que consigo dizer é “Deus?”. Do jeito que está meu dia, por que não?

- “Você quis dizer Google?”. Definitivamente, não é Deus. Primeiramente pela aparência jovial e descolada. “Não, não chamei”. “Mas você precisa de ajuda, e eu estou aqui. A primeira função de qualquer utilidade que se preze. Ajuda. Se importa de olhar por sua janela?”

Olhar pela janela não me parece nada absurdo e perigoso. Então aceito a proposta. “Pense em alguém ou algum lugar. Ou qualquer coisa que você goste ou odeia”, diz a... Ajuda, suponho. Na hora me lembrei da Ritinha, colega da escola que não vejo há anos. Então a rua foi povoada por várias mulheres de idades e aparências diferentes.

- “Você precisa me ajudar a ajudar você”, a ajuda diz, meio que rindo.

Então fui lembrando que ela deve ter minha idade até finalmente recordar do seu sobrenome. De milhares, sobraram apenas umas poucas mulheres. Facilmente a identifiquei. Mal podia acreditar.
- “Quer dar uma volta pela rua? Quem sabe você não dá um oi para ela”.

Aceitei a proposta. Começamos a andar. Poucos metros bastaram para perceber que a padaria mudou de nome. Agora é “Loucos por sonho de padaria”. Curioso, aproximei-me. “Você vai precisar de documento para entrar aí”, fui lembrado cordialmente.

Isso não seria problema, apesar de estranhar tamanha exigência por um simples café. Apanho minha carteira e miro no local onde sempre guardo meu RG. Que não está mais ali. Mas há um cartão. O desenho é de um sonho. Facilmente leio o que está escrito: “Loucos por sonho de padaria – membro”.

Então percebo que minha carteira está bem mais “gorda” que o normal. Não encontro nenhum tipo de identidade, apenas cartões de visita variados. “Eu odeio acordar cedo”, “Só um homem me transforma e o nome dele é José... José Cuervo”, “Não fui eu, foi meu Eu lírico”, “Fui tomar juízo, só tinha Vodka”, “Coloquei silicone na barriga”, “Método para aumentar seu tênis”, entre muitas outras.

Mas um cartão conseguiu me paralisar totalmente. Ele fez o que muitos dizem só ser trazido pela iminência da morte: minha vida passou diante de meus olhos. Palavra por palavra, letra por letra, um simples cartão me sentenciava: “Anão vestido de palhaço mata 8”.

Foi só aí que percebi: não havia prédios, casas, nada. Parecia uma pequena rua comercial, e eu pude identificar cada estabelecimento com um de meus cartões.

- “Vamos continuar”, a ajuda interrompeu, sempre com bastante cordialidade.

Não andamos muito. Duas quadras até chegar a um lindo parque onde centenas de pessoas se encontravam. Mas algo me chamou a atenção. Elas não interagiam. Cada uma permanecia no seu canto. Vez ou outra duas delas trocavam frases curtas, comentários. Não mais que isso. Foi quando a ajuda intercedeu.

- “Quer falar algo para elas? Aqui, use isto.” Era um megafone com uma etiqueta que dizia “Conte algo para seus amigos”. Sem saber o que dizer, apenas falei “Oi” e recebi uns poucos risos como resposta. A ajuda, sabendo de minha timidez, intercedeu novamente.

- “Escute. Tenho duas pílulas aqui. Uma azul, uma vermelha.”

Meus olhos brilharam. Eu, um novo escolhido? Uma realidade paralela à minha espera? É claro que quero a vermelha. Foi quando uma gargalhada ecoou. Não me lembro dessa parte no filme. Era a ajuda.

“Sempre quis fazer isso! Tá me achando com cara de Morpheus? Mané! Tenho pílula coisa nenhuma. Corre para sua casa. Caixa de ferramentas.”

- “Ha - ha - ha. Muito engraçado.” Foi tudo o que consegui dizer antes de voltar em disparada. Na área de serviço, abro a porta de um armário. Lá encontro muitas, muitas latinhas pequenas.
- “É isso?”, pergunto.

- “Quase. Sabe essa fazenda que surgiu aqui? Ela está aí. Encontre a lata. Feche-a. Pronto. A fazenda sumiu”.

E realmente sumiu. Nada de galinhas, vacas, cavalos. Nada. Meu quintal estava de volta.

- “Pode demorar um pouco, mas você encontra muitas utilidades nesse armário. Procure quando tiver tempo. Mas as ferramentas não estão aí.”

Estavam no armário de cima. Uma caixa de ferramentas comum. Mas, quando abro, não há nada. Quer dizer, nenhuma ferramenta. Apenas uma tábua, frases e botões ao lado de cada uma.

Apertei o botão em “Ocultar visitas do perfil”. Todas as fotos em minha porta sumiram. “Não permitir que as pessoas me encontrem por email” foi o suficiente para diminuir o movimento ao redor de minha casa.

“Não quero que mexam na minha caixa de correio!”. Pronto. As pessoas passavam longe.

- “Posso levar essa caixa comigo? Quero muita gente longe de mim”.

- “Fosse fácil controlar a todos, fatalmente você mesmo seria igualmente controlado. Escute. Isso não é um pesadelo, não é uma Matrix, nem nada disso. É você, pura e simplesmente. Mas você está distante, focando excessivamente na superficialidade das pessoas. Não? Não quero dar lição de moral. Quero que você decida o que é melhor. Abra aquela porta, saia de corpo e alma realmente e veja como as relações mudam.”

- “Mas... E você?”

- “Eu estarei aqui. Sempre que quiser e precisar. Na medida certa. Sou uma ferramenta. Não estipulo as relações das pessoas, apenas as sirvo como me pedem. Aperte minha mão.”

Instantes antes de nossas mãos se tocarem, leio na palma da ajuda: “logout”.

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